sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

PROINFO INTEGRADO: A FORMAÇÃO EM LINUX EDUCACIONAL NO DF

PROINFO INTEGRADO: A FORMAÇÃO EM LINUX EDUCACIONAL NO DF




ARAÚJO, Lucicleide– UCB

FREIRE, Karine Xavier – SEEDF



Área Temática: Formação de Professores

Agência Financiadora: Não contou com financiamento



Resumo

Diante da sociedade da informação e comunicação, urge por parte dos professores a apropriação e conhecimento das tecnologias para incorporá-las tanto em sua vida pessoal quanto profissional. Este artigo analisa e descreve a formação inicial em Linux Educacional em uma escola do Distrito Federal como proposta do Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado) . Trata-se de parte integrante do PROINFO, reelaborado no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, que postula a integração e a articulação de aspectos como instalação de ambientes tecnológicos, organização de conteúdos e recursos educacionais multimídia e formação continuada de professores. Tem como meta formar professores e gestores da rede pública de ensino, cujas escolas foram contempladas com ambientes tecnológicos para o utilização das tecnologias da comunicação e da informação em sala de aula, como mais uma possibilidade pedagógica inovadora, a fim de tornar as aulas mais prazerosas e dinâmicas, com base no sistema Linux Educacional. Para a realização da pesquisa optou-se pelo estudo de caso, buscando compreender uma realidade particular, tratada como uma unidade dentro do sistema maior. Segundo resultados, este programa é um despertar para possíveis inovações das práticas escolares e mudanças de paradigmas na educação.



Palavras-chave: Formação de professores; Software livre; Inclusão digital



Introdução

O Programa Nacional de Formação Continuada em Tecnologia Educacional (ProInfo Integrado), executado no âmbito do Ministério da Educação, de acordo com o decreto de nº 6.300 de 12 de Dezembro de 2007, prevê em seu artigo 1º, o uso pedagógico das tecnologias da informação e comunicação nas redes públicas da educação básica. Tendo entre as ações principais:

a) Introdução à educação digital (40 horas) 1ª etapa – Curso básico para professores e gestores das redes públicas que não têm o domínio mínimo no manejo de computadores/sistema operacional Linux e recursos básicos da internet.

b) Tecnologias na educação: ensinando e aprendendo com as TIC (100 horas) 2ª etapa – Curso que focaliza a utilização pedagógica das TIC em situações de ensino e aprendizagem na sala de aula.

O curso Introdução a educação digital é um projeto do Ministério da Educação - MEC - viabilizado pelo ProInfo, que teve seu início em maio de 2008, com vistas a atender dez mil professores da rede pública em oito Estados - Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima e Santa Catarina - e no Distrito Federal.

A primeira etapa do programa tem como objetivo familiarizar, motivar e preparar os professores para a utilização de recursos básicos de computadores e internet, com base no sistema “Linux Educacional 2.0”, software livre de cunho pedagógico para utilização em escolas que foram contempladas com Laboratório Proinfo.

A segunda etapa aborda o potencial pedagógico das tecnologias, preparando os professores para planejar e utilizar as tecnologias da informação e comunicação (TICs) em situações de ensino e aprendizagem na escola, que levem os alunos à construção de conhecimento, ao trabalho colaborativo, à criatividade e à resolução de problemas.

Voltado para um conjunto de ações que dinamizam a sala de aula e visando preparar professores para inserir ferramentas inovadoras no contexto escolar, este curso, integra um conjunto de políticas públicas voltadas à Inclusão Digital. Destina-se aos professores e gestores de escolas da rede pública da educação básica que tenham recebido laboratórios de informática do ProInfo, em 2007 e 2008, com o sistema operacional Linux Educacional 2.0 instalado.

A educação com e para as mídias é essencial para fazer uma educação cidadã, sendo um instrumento fundamental para a democratização das oportunidades educacionais e do acesso ao saber e, portanto, de redução das desigualdades sociais (Belloni, 1991 e 1995). Diante desse contexto, sabe-se que o uso adequado dessas máquinas, com fins educativos e, em específico, na sala de aula, de modo criativo, crítico e competente, que assegurem a todos a inclusão na sociedade do conhecimento, caminha a passos lentos e ainda é ancorado por modelos tradicionais, aumentando os desafios no campo educacional.

Torna-se cada vez mais necessária a alfabetização tecnológica, e a escola não pode ficar fora ou à margem deste dinamismo. O educador tem que ser chamado a participar desse processo, não somente apropriando-se do uso mecânico destes recursos, mas abrangendo o domínio crítico da linguagem tecnológica (LOPES, 2007). E o curso Linux Educacional promovido pelo programa Proinfo Integrado é uma iniciativa de inclusão digital e formação de professores para o uso das ferramentas computacionais, visando uma transformação nas práticas pedagógicas da realidade escolar e conseqüente melhoria na educação.

A meta consiste em, até 2010, todas as escolas brasileiras com mais de 50 alunos receberem computador com internet. Segundo entrevista da folha do Rio de Janeiro realizada com o secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Eduardo Bielschowsky esse projeto foi construído de forma integrada em trabalho conjunto com os estados e municípios. A proposta não é apenas disponibilizar os computadores nas escolas. É necessário, conforme dito pelo secretário, infra-estrutura, capacitação e conteúdo; uma equação que tem vários fatores. É a maior compra de computadores já feita no Brasil. Segundo dados do próprio secretário, contamos com 20 mil laboratórios e ainda será instalado mais de 30 mil.



Linux Educacional



Aprender a usar o sistema operacional Linux nos dias atuais é de fundamental importância para os educadores devido ao seu modelo inovador e revolucionário de desenvolvimento.

O Linux Educacional proposto como sistema operacional para o desenvolvimento do curso é um software livre. Segundo a Wikipédia, a Free Software Foundation define Software livre como qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem restrição. A palavra livre relaciona-se com liberdade e não com preço e deve atender aos quatro tipos de liberdade para os usuários do software:

• Liberdade para executar o programa, com qualquer propósito;

• Liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades. Acessar o código-fonte é um pré-requisito para esta liberdade;

• Liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar o próximo;

• Liberdade de aperfeiçoar o programa, desde que os aperfeiçoamentos fiquem disponíveis de modo que toda a comunidade se beneficie;

O Linux Educacional é um dos exemplos de aplicação do software livre do Ministério da Educação. É uma distribuição baseada em Debian e vem com o BrOffice.org 2.0.4. Traz como interface gráfica o KDE 3.5.5, além de outros softwares para uso geral. O sistema operacional é utilizado, pelo Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo), cujo objetivo é promover o uso pedagógico da informática na rede pública de ensino básico. Além de gratuito, o Linux Educacional foi feito com base nas necessidades dos professores, gestores e alunos dos sistemas públicos de ensino, contendo diversos conteúdos e ferramentas de produtividade, apropriados à prática pedagógica.

Instalado nos 12 mil laboratórios de informática das escolas da rede pública de ensino, que a Secretaria de Educação a Distância (SEED/MEC) começou a distribuir em 2008, o Linux Educacional é uma ferramenta a mais da política de inclusão digital do governo. Este sistema permite ao professor utilizar todos os recursos e ferramentas de produtividade do computador sem nenhum investimento. Cada laboratório de informática reúne mais de 200 instrumentos de aprendizagem, 800 vídeos educacionais da programação da TV Escola e os hinos nacionais. Os equipamentos também dispõem de 50 aplicativos educacionais livres, contemplam as grades de física e mais de 1,8 mil textos de literatura em português, espanhol e inglês, bem como química, biologia, matemática, geografia, história e português.

Formação de Professores

Com o advento da inovação tecnológica, há um processo de ampliação do campo da docência, o que requer uma formação profissional com conhecimentos específicos e habilidades para a melhoria da qualidade da educação. A inovação rompe com a forma conservadora de ensinar, procurando superar as diversas dicotomias em busca de outras possibilidades. Formar professores implica compreender a importância do papel da docência para a melhoria da educação (VEIGA, 2006).

É preciso lembrar que sem uma formação adequada não se pode esperar que o professor resolva sozinho um problema cuja complexidade o ultrapassa. Ao contrário, o uso adequado das incríveis potencialidades oferecidas pelas tecnologias representaria para o professor uma libertação das tarefas de "repetidor" que ocupam a maior parte de seu tempo, deixando-o livre para desempenhar múltiplos papéis mais criativos e mais interessantes (BELLONI, 1998).

Entende-se por formação uma atividade que se realiza tendo em vista conferir ao sujeito em formação uma competência específica e limitada (SERRALHEIRO, 2007). Não se pode falar de formação sem falar de competência, que segundo Perrenoud (2001), designa uma capacidade de mobilizar diversos recursos cognitivos para enfrentar uma situação.

A prática e a formação do professor deve ser mais abrangente, dinâmica e permitir o desenvolvimento de habilidades necessárias para utilizar recursos tecnológicos. A maioria dos professores recebeu uma formação profissional sem levar em conta o vídeo, o computador, o ciberespaço, etc, daí a necessidade de motivar e estimular uma formação permanente, criando ambiente propício à pesquisa e promovendo reflexão sobre a tecnologia e seus impactos.

A formação deve proporcionar ao docente seu desenvolvimento crítico e autônomo, capaz de reconhecer suas capacidades e limitações a fim de que possa buscar novos conhecimentos e aprimorar os conhecimentos referentes à sua prática. Portanto a formação deve se apoiar em processos de reflexão e conhecimentos teóricos e práticos.

O processo de formação continuada permite condições para o professor construir conhecimento sobre as tecnologias, entender porque e como integrá-las em sua prática pedagógica e ser capaz de superar obstáculos, possibilitando a transição de um sistema de ensino para uma abordagem integradora, que visa à solução de problemas. Criando condições para o professor contextualizar o aprendizado e as experiências vividas durante sua formação para a sala de aula, compatibilizando as necessidades dos seus alunos e os objetivos pedagógicos (MERCADO, 1998).

Salvagni (2007) em sua dissertação de Mestrado, pela Universidade Federal de Santa Catarina, realizou um estudo sobre a formação docente continuada e práticas avaliativas com o objetivo de buscar elementos referentes à relação de professores com a formação continuada oferecida e suas práticas educativas. Para coletar dados observou e aplicou questionários e entrevistas. Os resultados demonstram que as professoras apontam dilema na sua prática educativa cotidiana, havendo demandas por inovações pedagógicas.



A Formação no DF



Sendo a escola a principal referência de educação de crianças e jovens, os professores continuam sendo os principais agentes da aprendizagem dos alunos. A qualidade da aprendizagem das novas gerações depende, em boa parte, da qualificação dos professores.

Segundo Barbosa (2000, p. 153):



(...) a formação do professor para todos os níveis de ensino tem sido um dos pontos mais discutidos da agenda educacional de hoje (...) este processo tem provocado reflexões sobre a prática pedagógica em busca de um maior domínio das ações educativas. Tem se exigido uma autonomia profissional do professor que pressupõe clareza e responsabilidade nas decisões e escolhas de como e o que ensinar. Estamos, portanto, diante de uma situação reflexiva. É preciso cuidar da formação do sujeito/professor formador. É preciso aprender a aprender a ensinar.





A Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF) por meio dos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) iniciou a formação de professores em Linux Educacional, em maio de 2008. Esta formação teve como ponto de partida a capacitação inicial dos multiplicadores dos NTE’s pelo MEC. Após esta capacitação, cada NTE ofereceu o curso aos professores vinculados à sua área de abrangência, para o uso do Linux Educacional e suas possibilidades pedagógicas.


Metodologia


Neste artigo relatamos os resultados obtidos em um estudo de caso realizado com uma amostra dos professores participantes do programa. A amostra é composta por 41 professores de duas escolas públicas de Taguatinga, Distrito Federal. Esses professores foram capacitados por uma multiplicadora do NTE de Taguatinga, uma das autoras deste artigo.

Aplicou-se um questionário no início do curso, com o intuito de sondar o perfil dos cursistas e nortear a capacitação. E ao final todos os concluintes fizeram a avaliação a respeito da capacitação oferecida em relação às expectativas apresentadas no início da formação do curso e o registro semanal de todas as aulas. Tudo foi registrado no blog construído por cada cursista no início do curso e disponibilizado no blog do formador .

Todos os cursistas são professores e/ ou gestores, da rede pública de ensino do Distrito Federal com faixa etária de 30 a 57 anos de idade. Todos possuem graduação e pós-graduação em diferentes áreas do conhecimento. Em relação ao tempo de carreira este varia de 2 a 25 anos. A população deste estudo é heterogênea quanto aos conhecimentos tecnológicos, alguns não conseguem utilizar o mouse, enquanto outros já apresentam essa habilidade. No que diz respeito a cursos de aperfeiçoamento na área de informática 17 já fizeram cursos básicos, 20 nunca fizeram e 4 não responderam.



Resultados alcançados


A introdução de computadores nas escolas por meio de projetos de aprendizagem configura uma forma para um ensino mais ativo, mais dinâmico, alegre, que contribua para uma mudança de postura pedagógica do professor. É preciso considerar também que as novas práticas são inventadas, conquistadas, construídas coletivamente através de projetos. Prática que permite investigar, analisar, refletir e depurar o processo de utilização dos computadores, além de se perceber a expressão do compromisso de todos os envolvidos nesta construção (LOPES, 2007).

Ao participarem do curso, professores aprendem a utilizar tecnologias educacionais na sala de aula com maior segurança. Isso possibilita implementar situações de aprendizagem que contemplem ferramentas diferentes e mais adequadas a realidade, ao mesmo tempo em que torna as aulas menos cansativas e mais atraentes.

O curso de introdução à educação digital serve como um despertar para a tecnologia. Faz com que os professores e gestores ousem mais, por se sentirem mais confortáveis ao lidar diretamente com as possibilidades que o sistema operacional Linux oferece. Com a prática reflexiva, por meio do diário de bordo, os professores se conscientizam da importância da inserção dos recursos tecnológicos em sua rotina didática. Passam a criar estratégias viáveis para o uso de recursos tecnológicos, divulgando suas atividades por meio de blogs, preparando slides, utilizando a internet para pesquisas, editor de textos e planilhas eletrônicas, já começam a fazer parte de sua rotina pedagógica. Conseqüentemente a motivação aparece, compreendendo que o laboratório pode ser mais um espaço a ser utilizado no processo de ensino e de aprendizagem, no intuito de dinamizar as aulas, tornando-as prazerosas.

Cursos oferecidos aos professores, no contexto da escola, com toda a equipe, permitem obter resultados satisfatórios e evidenciam que as tecnologias da informação e comunicação, disponíveis na instituição, passam a ser melhor utilizadas. O corpo docente percebe a importância desses recursos como apoio no processo de construção do conhecimento.

Durante o curso de formação, enfatizou-se a aprendizagem por descoberta, de forma que o professor cursista participasse ativamente por meio de situações de desafio, que o levasse a resolver problemas, a transferir a aprendizagem aplicando-a a uma nova situação. Em nenhum momento da capacitação foi necessário que o professor memorizasse, mas sim descobrisse, através do exercício da solução de problemas.

“A descoberta com a participação no curso foi tirar o medo do mundo desconhecido o medo de errar e processos que antes pareciam tão complicados e agora já não é mais um bicho de sete cabeças.” Cursista C



Em relação ao tempo de duração do curso, os participantes sugerem que a carga seja ampliada, a fim de que as aulas não sejam tão corridas em função do programa a ser cumprido, para que o cursista se dedique e coloque em prática o que aprende. Muitas vezes o professor utiliza o computador apenas no momento da formação, por isso, a necessidade de mais tempo para que o cursista se familiarize com os recursos apresentados.

Esta proposta de formação no contexto escolar contribuiu para o desenvolvimento da autoconfiança dos professores, propiciando segurança e sentimento de pertencimento nesta sociedade cada vez mais permeada pela tecnologia. As atividades propostas despertaram para a inclusão e integração da diversidade de gêneros textuais, ampliando assim o trabalho da sala de aula para outros ambientes, principalmente o uso mais sistemático do laboratório de informática.

Segundo os depoimentos dos cursistas em seus diários de bordo, verificou-se que de forma geral, no início do curso, apresentavam muita dificuldade em utilizar a internet e pouco conhecimento na área de informática. Porém, durante o percurso das aulas, os cursistas foram se sentindo mais seguros e confortáveis no uso dos recursos propostos pelo curso, passando a utilizar com mais tranqüilidade e segurança. Ao conhecerem os recursos disponíveis no sistema operacional Linux, afirmam que é possível utilizá-lo com os alunos, criando aulas inovadoras e mais criativas.

O curso permitiu que os cursistas superassem as dificuldades iniciais, sentindo-se totalmente motivados a continuar progredindo, uma vez que é visível a transformação proporcionada pelos conhecimentos e descobertas adquiridos durante o curso.



“No início do Curso, estávamos entusiasmadas com a possibilidade de nos aperfeiçoarmos no mundo da informação automática - Informática. Após esses vários encontros que tivemos e respectivas aventuras no ambiente digital, podemos afirmar que nossas expectativas foram alcançadas. Já estamos mais familiarizadas com aplicativos do S.O. Linux, com a navegação na internet, criação e administração de um Blog e ainda conhecemos novos sites interessantes para o dia-a-dia do educador. “ Cursista B





Na utilização do computador como ferramenta pedagógica poucos professores possuem os conhecimentos básicos, utilizam o computador para digitar suas atividades, mas apresentam dificuldades para formatá-los. Sabem ligar e desligar, fazem uso da internet, mas não se sentem confortáveis para a utilização do editor de textos, o que demonstra vontade e desejo de uma maior apropriação do uso desta tecnologia. Há também aqueles professores que só utilizam o computador na escola, durante o período do curso. Dentre os professores respondentes, oito ainda não tem computador, porém, 26 já possuem, e com acesso a internet, dos quais, 23 acessam em casa, e uma professora diz fazer uso da internet apenas para acessar sua conta bancária.

Ainda a respeito da utilização da rede mundial de computadores, dois professores acessam a internet em Lan House e sete, além de acessarem em casa, buscam outros lugares e quando precisam de ajuda, pedem a amigos e parentes. Apenas oito professores não utilizam à internet. Quanto ao uso do correio eletrônico, 17 responderam que já têm e utilizam-no com freqüência. Nove responderam que não possuem uma conta de correio eletrônico e nove possuem, mas utilizam raramente. Uma cursista tem o e-mail, mas nunca utilizou.

O interesse dos professores em participar desta formação está aliado à necessidade e/ou desejo de utilizar o computador com segurança para pagar contas, fazer inscrição para concursos, pesquisar, redigir texto, instalar programas, saber ajudar os alunos, criar atividades interessantes, acessar a internet. Enfim, os cursistas participam do curso Introdução a Educação Digital porque querem se apropriar das tecnologias com segurança para aplicação na vida e no trabalho.



“Pesquisar na internet era algo muito difícil que hoje posso dizer que, com certa habilidade posso entrar em um site de pesquisa e consultar um determinado assunto para realizar uma atividade com segurança. Ainda não posso dizer que entrar num site de relacionamento e bater papo pode ser fácil, mas o mais difícil, a pesquisa, já posso realizar.” Cursista A



Em relação ao tempo de duração do curso, os participantes sugerem que a carga horária seja maior, afim de que as aulas não sejam tão corridas em função do programa a ser cumprido.



“É uma pena que o curso tenha uma carga horária muito curta, sabendo que existem colegas que apresentam mais dificuldades que outras e necessitariam de mais tempo para conseguirem se familiarizar mais com os recursos apresentados, os quais são muito interessantes e enriquecedores, a ampliação de carga horária seria ideal para que todos saíssem seguros da sua aprendizagem.” Cursista A



“Este Curso possui um conteúdo excelente, porém o período de realização deveria ser repensado. Nosso aproveitamento poderia ser bem melhor se o curso fosse ministrado em um período maior.” Cursista B



Ao final do curso foi possível perceber desejo de todos os participantes em conhecer o máximo sobre o assunto durante o curso, para a partir de então, enriquecer com outros conhecimentos e implementar estratégias viáveis de aplicação no processo de ensino e de aprendizagem, tendo o computador como suporte. Os participantes desta formação consideram o conhecimento tecnológico de grande importância para os dias atuais, além de ser uma possibilidade de se atualizar.



“... o curso nos proporcionou muito conhecimento, desenvolvimento pessoal e profissional, além de estimular para novos cursos.” Cursista F



“ Percebo que para ser mais uma pessoa que participa das inovações devo estar sempre em sintonia com o computador.” Cursista H



“Considero que devemos manter os estudos e as discussões a respeito das possibilidades que esse sistema nos oferece. Assim poderemos, sim, oferecer aos nossos alunos um trabalho pedagógico mais rico e interessante.” Cursista I



“Sempre que nos dermos oportunidades, mudanças estarão ocorrendo em nossa vida profissional e pessoal, sei que posso melhorar muito mais mais o pedagógico dos meus alunos com a minha atualização constante.” Cursista A



REFERÊNCIAS


BARBOSA, Ana Mae (Org). Inquietações e Mudanças no ensino da Arte. 2 ed, São Paulo:Cortez, 2003.

BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia educação. 2 ed. Campinas: Autores Associados, 1991.

BELLONI, Maria Luiza. Educação para a mídia: missão urgente da escola. In: Comunicação e Sociedade, n. 17, 1995.

LOPES, Beatriz S. T. (et.al.) Planejamento da formação dos professores da escola para o uso das mídias. PUC- Rio de Janeiro, monografia, 2007.

MERCADO, Luís P. L. Formação docente e novas tecnologias. In: IV Congresso RIBIE. Anais, Brasília, 1998.

PERRENOULD, Philippe. Dez novas competências para uma nova profissão. Pátio. Ano V, nº 17, p 8 – 12, 2001.

SALVAGNI, Isandra. Formação docente continuada e práticas educativas. Dissertação de mestrado, UFSC, 2007.

SERRALHEIRO, Tatiane. Formação de professores: Conhecimento, discurso e mudanças na prática de demonstrações. Dissertação de mestrado. PUC: São Paulo, 2007.

VEIGA, Ilma P. Docência universitária na educação superior. In: Docência na Educação Superior. Coleção: Educação Superior em debate, v. 5. Brasília: INEP, 2006.

Educação a distância passada a limpo. Disponível em Acesso em 06/07/2009.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Artigo publicado no 15º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância 2009_Fortaleza _Autoras: Lucicleide Araújo e Karine Xavier

ORIENTAÇÃO ONLINE PARA ELABORAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Brasília - DF, maio/2009

Karine Xavier Freire – Secretaria de Estado de Educação do DF- karine.xavier@gmail.com

Lucicleide Araújo – Universidade Católica de Brasília - lucycleyde@gmail.com

Categoria Métodos e Tecnologias

Setor Educacional (5) Educação continuada em geral

Natureza (A) Relatório de pesquisa

Classe (2) Investigação Científica


RESUMO
Este artigo tem como objetivo apresentar resultados de um estudo sobre orientação online para elaboração de trabalho de conclusão de curso. Apresenta o trabalho científico como resultado da relação entre sujeito e objeto e entre orientador e orientando. Destaca o papel fundamental do orientador no processo de elaboração do trabalho de conclusão de curso na modalidade a distância. Para a coleta de dados utilizou-se um questionário, com perguntas fechadas, aplicado a estudantes matriculados em dois cursos de pós-graduação à distância. Os resultados obtidos demonstram que o orientador tutor tem papel fundamental no processo de construção de trabalho de conclusão de curso, pois desenvolve um papel de dinamizador da relação entre aluno e conteúdo. A comunicação, a interação e o vínculo entre orientador e aluno são de fundamental importância na orientação online e promove segurança para a realização do trabalho. A orientação online permite a realização e uma avaliação mediadora, pois permite que o tutor orientador contribua em todas as fases de elaboração do trabalho.

Palavras-chave: Orientação online, mediação, educação a distância.


Trabalhos de Conclusão de Curso

No Brasil, de acordo com a Portaria nº 1.886, de 30 de dezembro de 1994, do Ministério da Educação, a monografia convencionou-se como trabalho acadêmico conclusivo de cursos de graduação, bacharelado ou licenciatura e pós-graduação lato sensu. A dissertação finalizando o mestrado e a tese, o doutorado. Requisitos esses essenciais para a obtenção da titulação.
Partindo da etimologia da palavra, monos significa um só, e graphien escrever, portanto, monografia é um estudo, por escrito, de um só tema, delimitado e devidamente aprofundado. Conclusivamente, Salomon [1]afirma que é a escrita aprofundada de um só assunto, de uma maneira descritiva e analítica, em que a reflexão é a tônica. Seu desenvolvimento implica sobretudo início de criação e autoria, por isso é um desafio aos estudantes de graduação e pós-graduação.
Pode ter sentido lato e estrito. Lato, diz respeito a todo trabalho científico que resulte de pesquisa (dissertações de mestrado, monografia acadêmica de final de curso, etc). Estrito, refere-se ao tratamento dado a um tema específico, resultando pesquisa científica, com o escopo de apresentar contribuição relevante ou original à ciência e a sociedade.
Para este artigo, considera-se aquele caracterizado pelo tratamento lato, de caráter profissional, com o escopo de apresentar um tema específico, a partir da pesquisa empírica e de natureza qualitativa. Compreendida como uma atividade cuja capacidade de elaboração seja autônoma e de iniciação à pesquisa.
Para Barros [2], iniciação científica significa iniciar-se em qualquer coisa, ato de adentrar numa fase nova em que se necessita de uma preparação preliminar para tal. Já pesquisa científica é definida como sendo o produto de uma investigação, cujo objetivo é resolver problemas e solucionar dúvidas, mediante a utilização de procedimentos científicos.
Da união da preparação preliminar denominada de pré-projeto para a busca de se investigar um problema, visando saber suas causas e possíveis soluções, constituirão as etapas a serem seguidas tendo em vista se obter o produto final através de relatório de pesquisa. Resultado do processo da parceria entre orientador e orientando.
O trabalho científico deve estabelecer uma relação entre sujeito e objeto, para que a partir deste diálogo obtenham-se resultados que poderão fazer diferença tanto para o pesquisador quanto para os pesquisados. Uma pesquisa concebida pelo diálogo crítico e criativo com a realidade, culminando na elaboração própria e na capacidade de intervenção [3].
Boaventura afirma que propostas do ensino da Metodologia da Pesquisa, com objetivo de elaboração da monografia, leva o formador a refletir acerca de sua própria formação. E estas iniciativas tem mudado os cursos de graduação, tanto o bacharelado como os de licenciatura. Pois, “de simples repetidores, os alunos passam a criadores de novas atitudes e comportamentos” [4].
O trabalho de conclusão de curso pode ser encarado como uma estratégia para a avaliação mediadora, que segundo Hoffmann [5] é vista como um momento de reflexão e de desafio do professor, que deve buscar contribuir, elucidar e favorecer a troca de idéias entre seus alunos. O professor orientador muda sua postura de verificação de conhecimentos para uma produção conjunta do saber.

Papel do orientador na construção do trabalho de conclusão de curso

O orientador no processo de iniciação científica, desempenha papel importante de estimulador à criatividade, de guia, auxiliando seus orientandos no percurso a ser cumprido para a realização da pesquisa. Indicando fontes bibliográficas, discutindo o método a ser adotado para a pesquisa, analisando em parceria com seu orientando os dados obtidos em campo e a elaboração dos relatórios finais, além de sua correção cuidadosa. Consiste, portanto, numa atividade interventiva e interativa que envolve e comporta conflitos, tensões entre aquele que orienta e aquele que é orientado [2] [4].
Trata-se de um trabalho, sobretudo de desafio e parceria, onde os envolvidos no processo precisam conciliar atividades rotineiras com as de orientação, para conseguirem gradualmente atingir metas, dentro do tempo estabelecido.
Auxiliar, acompanhar e planejar com o aluno a trajetória para o desenvolvimento do projeto até a sua conclusão, é papel do professor orientador para garantir o sucesso de seu orientando. Boaventura é categórico em dizer que se o orientando não contar com a ajuda do professor orientador desde o início da elaboração de sua monografia, presencial ou mediada por outros meios de comunicação, o aluno não fará um bom trabalho de conclusão de curso. “O orientador é alguém comprometido, acadêmica e afetivamente, com o estudante, a quem não só aconselha, mas também defende” [4]
O acompanhamento do processo de aprendizagem favorece o desenvolvimento do estudante. Em cursos a distância, esse acompanhamento e diálogo ocorrem por meio da interação entre professores e estudantes no ambiente de aprendizagem na Internet. O professor orientador deve promover o debate, manter o clima para a ajuda mútua, incentivar cada um a se comunicar, estimular o senso crítico dos alunos, manter espírito acolhedor e inclusivo e realizar uma avaliação mediadora [6]

Orientação online para elaboração de trabalho de conclusão de curso

O decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005 define a educação a distância como uma modalidade em que a mediação didático-pedagógica ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação com estudantes e professores em lugares e tempos diversos.
A tutoria se originou nos cursos presenciais e foi introduzida na educação a distância com o objetivo de prestar atendimento individual aos estudantes. A principal função do tutor é facilitar o processo de ensino e aprendizagem e criar condições para que o aluno construa sua aprendizagem com autonomia, reforçando o processo de auto aprendizagem dos alunos. O tutor é responsável pela orientação, acompanhamento e apoio aos estudantes durante o processo de construção do conhecimento nos ambientes virtuais de aprendizagem [7].
Para a elaboração dos trabalhos de conclusão de cursos a distância o tutor irá desempenhar o papel de orientador desse trabalho. E como não haverá contato físico, requer por parte de orientador e orientandos algumas mudanças de posturas e principalmente que desenvolvam as competências necessárias para lidar com essa nova forma de ensinar e aprender, em um espaço concebido nos moldes da sociedade contemporânea, visando sobretudo o sucesso.
O orientador online deve ser um animador da construção coletiva do conhecimento de seus alunos por meio da tutoria que é uma atividade no processo de desenvolvimento do curso. Seu objetivo é acompanhar o desenvolvimentos dos estudantes e oferecer auxílio nesse processo, motivando a realização das tarefas [6].
A tutoria se torna fundamental na orientação online de trabalhos de conclusão de curso, pois desenvolve um papel de dinamizador da relação entre aluno e material didático, é parte integrante do processo e sujeito da interação em busca da aprendizagem. O orientador tutor se comunica com seus alunos ao longo de toda a elaboração do trabalho de conclusão de curso, encaminhando soluções, percebendo falta de motivação ou de atenção.
A interação por meio da escrita digital também é fator primordial para o processo de aprendizagem, pois permite a análise das interações dos alunos e das intervenções do tutor orientador, além da possibilidade de registro e acompanhamento do processo. A escrita digital é mais fácil de ser analisada do que a linguagem oral; permite um nível mais elaborado de reflexão; possibilita o mapeamento do percurso cognitivo de cada um; revela os mais tímidos e permite uma formação reflexiva [6].
O orientador online deve apoiar o processo de aprendizagem dos alunos por meio do tutoramento, da modelagem e do treinamento. O tutoramento dá o suporte ao estudante até que o mesmo tenha condições de caminhar sozinho; no treinamento o tutor motiva os estudantes, analisa suas atividades e fornece feedback; e na modelagem o orientador fornece exemplos para que o estudante analise e encontre sua própria resposta [8]
Tendo em vista cumprir com o papel político-social de cidadãos reflexivos e críticos e de iniciação à pesquisa, os dois cursos de Especialização analisados neste estudo, adotaram como um dos pré-requisitos de conclusão a realização de uma monografia orientada a distância. A orientação ocorreu no ambiente virtual Moodle. O trabalho de conclusão de curso foi desenvolvido em várias etapas, desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados.
A orientação online contou com a interação entre orientadora e estudantes no fórum do curso , por e-mail e bate-papo virtual. As dúvidas dos cursistas e o feedback das orientadoras foram enviados via e-mail e no fórum exclusivo para a orientação. A clareza, a pontualidade e a utilização de códigos por meio de cores foram estratégias utilizadas pelo professor-orientador para que todo o percurso fosse amigável, tranquilo e de confiança.

Método

Este artigo é resultado de uma pesquisa qualitativa realizada junto a participantes de dois cursos de pós-graduação oferecidos na modalidade a distância.
Segundo Bogdan e Biklen [9], a pesquisa qualitativa estuda os problemas no local em que ocorre o fenômeno. Exige do pesquisador contato direto e prolongado com o ambiente e a situação investigada. Seu principal objetivo é estudar algo em seu ambiente natural e o pesquisador como observador participante desse contexto. Sua preocupação com o processo é muito maior do que com o produto. Os estudos qualitativos dão significado tanto à perspectiva dos pesquisadores, quanto à dos participantes.
Para a coleta dos dados utilizou-se o questionário estruturado com 18 (dezoito) questões acerca da percepção do cursista a respeito da orientação online para a elaboração do trabalho de conclusão de curso. As questões foram todas fechadas e baseadas na escala Likert, tipo de escala de resposta psicométrica usada em pesquisas de opinião em que o respondente especifica o nível de concordância com a afirmação.

Resultados

O questionário foi enviado por e-mail aos orientandos de trabalho de conclusão de curso, matriculados nos dois cursos. Foram enviados 20 questionários, mas apenas 11 responderam.
Dos respondentes, 6 são mulheres e 5 homens, na faixa etária de 26 a 50 anos. Oito nunca havia participado de um curso a distância, dois já havia feito e 1 não respondeu. Dentre os respondentes da pesquisa, 4 estavam fazendo um trabalho de conclusão de curso pela primeira vez.
Verificamos a importância do tutor orientador nesse processo pois os resultados encontrados corroboram com o que Campos [6] diz sobre o tutor incentivar a troca e o compartilhamento de descobertas dentro da comunidade de alunos, ajudar a encontrar o ritmo de interação, de trabalho e a coletividade, mobilizar o grupo em busca de sua aprendizagem, fomentar o debate, incentivar a ajuda e a responsabbilidade de todo o grupo pela construção do conhecimento. Dez respondentes afirmam sentir-se seguros com a orientação para elaborar um projeto de pesquisa. E alguns afirmam, inclusive, que se sentiram mais motivados com a orientação e pensam em continuar os estudos.
O fato de a orientação ter sido online trouxe boa aceitabilidade por parte dos orientandos que afirmam ter gostado desse tipo de orientação pela facilidade e comodidade proporcionada. Poucos acreditam que sentiriam mais seguros ou teriam melhor desempenho se tivessem tido a orientação presencial. A maioria dos participantes recomendaria um curso a distância.
Boaventura [4] afirma que o orientador deve auxiliar e acompanhar o aluno durante toda a execução do trabalho de conclusão de curso para garantir um bom resultado. Essa atuação comprometida e efetiva por meio de feedback constante, clareza e incentivo, foi percebida por todos os respondentes deste estudo de forma positiva para o bom resultado do seu trabalho. Isso reforça o que Masseto [10] concebe por mediação pedagógica, como a atitude do professor atuar como ponte rolante entre o aprendiz e sua aprendizagem, ajudando-o a atingir seus objetivos.
Os resultados foram surpreendentes, pois os cursistas iniciaram totalmente dependentes do orientador para a construção da monografia e ao final adquiriram autonomia. A motivação durante o processo era notória ao perceberem que já estavam escrevendo a monografia e eram capazes. Isso os deixava cada vez mais confiantes para prosseguirem com a pesquisa e produção do trabalho.
Moraes considera “as capacidades de pesquisa e de elaboração própria, como condições fundamentais para que o aprendiz conquiste sua própria autonomia intelectual.” [11]
O processo de ensino e de aprendizagem atualmente é encarado como um processo dinâmico e cíclico. Um dos fatores mais importantes para isso é a cooperação na qual a interação é baseada na construção do conhecimento por meio da participação em ambientes que promovam a colaboração. [6]
Os resultados comprovam essa assertiva, pois metade dos participantes afirma que interagiram com a orientação durante toda a elaboração do trabalho e alguns interagiram ainda com os demais cursistas trocando idéias ou sanando dúvidas. A interação com o orientador tutor desenvolveu uma relação de afetividade e confiança, tendo como resultado final a elaboração da monografia de autoria do aprendiz, em um clima onde houve sentimento, pensamento e ação. A manutenção do vínculo foi princípio fundamental para busca de autonomia e a elaboração do trabalho de conclusão do curso na modalidade de educação online e iniciação do cursista como pesquisador e produtor de seu próprio conhecimento.

Considerações finais

O trabalho contribuiu para mudanças nas formas de ver, sentir e compreender a realidade. E de fazer com que o estudante perceba que só poderá haver mudanças a partir da compreensão da realidade através da pesquisa científica e de sua autonomia intelectual.
No ensino a distância não se exclui o contato entre professor e estudante, o que difere é a forma como esta interação ocorre, permitindo flexibilidade e independência do aluno. Esse contato pode ocorrer por meio de telefone, correio eletrônico ou postal, fax, ambiente virtual de aprendizagem e até mesmo o contato pessoal.
Durante a orientação, todas as atividades devem ser cuidadosamente lidas, o mais rápido possível, para que o tutor tenha a oportunidade de interferir no processo de aprendizagem e realizar o acompanhamento [6]
O trabalho de conclusão de curso é um verdadeiro mecanismo de avaliação mediadora, permitindo ao orientador tutor fazer uma reflexão da produção do estudante, além de poder contribuir em todas as fases de elaboração do trabalho de conclusão de curso fazendo sugestões, indicações e correções.
Por meio deste estudo constatou-se que o orientador tutor é o contato mais intenso do aluno a distância. Sua principal atribuição é manter o estudante interessado e motivado. Deve auxiliar, orientar, sugerir leituras, sanar dúvidas e estimular o aluno a buscar mais informações. Estas ações ajudam a estabelecer as pontes de aproximação entre o sujeito e seu objeto, rumo à construção do conhecimento. A orientação online é eficaz na elaboração de trabalho de conclusão de curso e cumpre o seu papel.


Referências Bibliográficas
[1 ] SALOMON, Délcio V. Como fazer uma monografia. 9. ed. São Paulo: Martins Fontes,1999.

[2] BARROS, Aidil de Jesus Paes de, Neide Aparecida de Souza Lehfeld. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 1990.
[3] DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 4 ed. Cortez, 1996.
[4] BOAVENTURA, Edivaldo M. Metodologia da pesquisa: monografia, dissertação, tese. São Paulo: Atlas, 2007. p. 19. p. 26
[5] HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: Uma relação dialógica na construção do conhecimento. Série Idéias, nº 22. São Paulo: FDE, 1994. Disponível em [http:// http://www.crmariocovas.sp.gov.br/int_a.php?t=008] Acesso em 11 de maio de 2009.
[6] CAMPOS, Gilda; ROQUE, Gianna; AMARAL, Sérgio. Dialética da Educação a Distancia. Rio de Janeiro: Ed.PUC-Rio, 2007.
[7] PEREIRA, Ana M.; MOTTA, Neide O.; PAULA, Viviane C. As atividades do tutor no curso de Pedagogia na modalidade a distância da Coordenação de Educação a Distância da UDESC. In: Revista Brasileira de Tecnologia Educacional . Ano XXXI, nº 161-162. Abril – set. 2003.
[8] GIANELLA, Taís R.; STRUCHINER, Miriam; RICCIARDI, Regina M. V. Lições Aprendidas em experiências de tutoria a distância: Fatores potencializadores e limitantes. In: Revista Brasileira de Tecnologia Educacional . Ano XXXI, nº 161-162. Abril – set. 2003.
[9] BOGDAN, Robert e BIKLEN, Sari K. Investigação qualitativa em educação. Porto Editora, 1982.
[10] MASSETTO, M. T. , BEHRENS, M.A. MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 5 ed. Campinas, SP: Papirus, 2000.
[11] MORAES, M.C; PESCE, Lucila; BRUNO, Adriana. Pesquisando Fundamentos para Novas Práticas na educação online. São Paulo: RG Editores, 2008. p. 47.